sexta-feira, 11 de maio de 2012

Observando...


Eu criei um mundo só pra mim, ainda não está completo mas, já é meu. O único problema é que ele é solitário, silencioso e as vezes mentiroso. Me fazer de forte, de responsável, de líder, de otimista, já faz parte de "ser eu" então não é como uma mentira, é algo que as pessoas sentem necessidade de ter, todos querem um alguém assim do lado. Através dessas atitudes eu consigo fazer com que os outros sejam, felizes, esperançosos e em alguns casos até os tranquilizo... ou eu sou um grande mentiroso?
Hoje eu consigo ver algum raio de luz, ele parece entrar pela porta da minha casa toda trancada e eu que já começava a me acostumar com a escuridão fiquei muito feliz de ver d'novo um pouco de luz. Mesmo me controlando pra não ir, eu fui lá e olhei pela frecha que surgiu e o que eu vi, mesmo sendo bom ainda me assustou, eu vi um futuro d'novo. Era uma paisagem belíssima, um parque lindo, com um escorregador vermelho, uma caixa de areia grande e um lago mais ao fundo. As cores do sol e do escorregador eram tão fortes que ficava até difícil de enxergar, tinha que ter um pouco mais de atenção pra conseguir definir bem a imagem, e eu demorei alguns dias pra ver de verdade o que tava acontecendo. Todo dia eu olho e sabe o que eu percebo? O clima lá fora é inverno, ta frio, MUITO frio. Meu corpo precisa se de nutrir de calor, precisa que essa luz alem de iluminar a paisagem toda, ela também precisa aquecer e manter quentinho meu coração... sabe o que mais deu pra notar? O pequeno espaço por onde a luz está entrando, não esta aumentando... ou talvez esteja aumentando pelo lado de fora da porta? De repente aquela porta vai cair de uma vez e a luz vai invadir a minha casa iluminando tudo e deixando tudo mais colorido. Mas se a porta cair em cima de mim e me massacrar? Será melhor abrir a porta pelo trico com a chave, mas eu não tenho a chave... ta trancado por fora!
Da janela eu vejo o restaurante, o casal muito elegante sentado no centro come em silencio. Um grupo de amigos conversa alto e riem bastante. 
Um outro casal chega, de mãos dadas, sorrisos... Servem-se um ao outro, o rapaz leva os pratos e a moça coloca as comidas. Sentam-se a mesa, tocam-se as mãos por um segundo como se orassem por um bom almoço... pronto, já podem comer.
Eu na vou ficar aqui na minha mesa, pouco pra falar, muito pra sentir. Olhando o raio de luz que sai por baixo da porta, esperando que você volte e deixe que a luz ilumine toda a casa. Até lá almoço sozinho, nessa sala cinza...


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